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Nem Só de Pão Vive o Homem

Nem Só de Pão Vive o Homem

Por Carlinhos Perez

Nem só de “pão” vive o homem. Ele também precisa de “circo” !!!

Além das melhorias da cidade, já citadas em outras edições deste jornal, a população da Vila Mayrink, no início de 1900 procurou cuidar das relações sociais e recreativas de seu povo. Para tanto, a área cultural e esportiva já recebia uma atenção especial por parte dos cidadãos que aqui viviam. No jardim, onde hoje está localizado a AMPF, antigo Armazém de Abastecimento dos Ferroviários, havia um coreto onde a banda da cidade se apresentava aos finais de semana e a Escola Reunidas, que havia na Rua Matheus Maylaski, também abrigava bailes e peças teatrais realizadas pelos primeiros artistas de nossa cidade.

Alfredo Ercolano Giuseppe Bertolini foi um dos precursores de nossa cultura e, podemos considera-lo, sem receio de errar, que ele é o maior expoente da área teatral de Mairinque. Em 1906 comandava a primeira companhia de teatro de nossa cidade, o Grupo Dramático de Mayrink e apresentavam a peça “Condessa de Marsay” em várias cidades da região.

Oportunamente, contaremos, neste jornal, mais sobre a grande obra e a importância de Alfredo Bertolini para a vida sociocultural de nossa cidade pois, foi no ano de sua chegada à Vila Mayrink, 1903, que foi fundado, em no dia 22 de novembro, o primeiro clube nesta cidade, a Sociedade Operária Musical e Recreativa Mayrink – S.O.M.R., que mais tarde (1937) viria se tornar a S.R.M. – Sociedade Recreativa Mayrink.

Foi na SRM que nasceu a primeira banda musical de Mairinque, a Corporação Musical e o Grupo Dramático de Mayrink. Em 1959, a SRM realiza um dos seus grandes sonhos e em 14 de novembro, inaugura sua nova sede à Praça Dom José Gaspar, com uma enorme sala de cinema, palco para teatro e dependências para demais atividades socioculturais. A SRM então doa sua antiga sede, localizada na Rua Dr. Júlio Prestes de Albuquerque, ao Clube Atlético Sorocabana de Mairinque – CASM…. Mas, esta é uma história para uma outra edição deste jornal.

Apoio ao ferroviário

Por Luiz Laerte Fontes, jornalista-voluntário

Uma das necessidades trazidas pela revolução industrial, iniciada na Europa no século 18, foi a de acomodar os operários em moradias com boas condições sanitárias e com oferta adequada de lazer, educação, transporte. Uma solução para isso foi a vila operária, lançada na Inglaterra e que logo se espalhou pelo mundo. A empresa fornecia habitação e vários serviços para permitir que os trabalhadores residissem em um local com boa qualidade de vida e próximo de onde atuavam. Para alguns estudiosos, essa situação criava no trabalhador uma dependência exagerada em relação ao empregador.

A Vila Mayrink tinha todas as características de uma vila operária e, lançada em 1890, era considerada uma nova ideologia no Brasil. Ao resolver tornar nossa região estratégica para as operações, a Sorocabana, que tinha vários de seus dirigentes formados em escolas europeias, cuidou de criar para seus empregados um povoado com casas simples, mas confortáveis, e que dispunham de serviços básicos – escola, armazém, farmácia, por exemplo – no terreno que a companhia havia adquirido – a Fazenda Canguera.

Era uma vila padronizada e disciplinada pela ferrovia que, muitas vezes, extrapolava os limites do trabalho influenciando na vida social dos moradores.

Do ponto de vista social e esportivo, a Sorocabana apoiou iniciativas que, adaptadas aos novos tempos, se mantêm até hoje. São exemplos atuais o SRM (Sociedade Recreativa Mairinque) e o CASM (Clube Atlético Sorocabana de Mairinque).

Sociedade Operária Musical e Recreativa – Fundada em 1903 com o apoio da Sorocabana, a Sociedade já nesse ano deu origem a uma Corporação Musical que animava a população nos domingos e feriados com apresentações no coreto de uma praça onde, posteriormente, foi construído um armazém de abastecimento. Ainda em 1903, a banda venceu um concurso no Jardim da Luz, em São Paulo.

Em 1937, o nome foi alterado para Sociedade Recreativa de Mayrink (SRM).

No início, a sede ficava na rua Dr. Júlio Prestes de Albuquerque, mas foi transferida em 1959 para a Praça Dom José Gaspar, em prédio de dois andares construído pela Sorocabana.

Em 2009, depois de reformá-lo, a prefeitura de Mairinque instalou nesse local o CEMEC (Centro Municipal de Educação e Cultura), mas é possível ver na fachada a sigla SRM.

Clube Atlético Mayrink – Existem referências a clubes de futebol, formados por funcionários da Sorocabana, desde a década de 1920. Mas a origem do CASM (Clube Atlético Sorocabana de Mairinque) está no Clube Atlético Mayrink, fundado em março de 1940, e que jogava no campo de futebol construído em área cedida pela ferrovia na rua Elias Sodré (curiosamente, neste link — https://bit.ly/33OXhiU — há referência à participação do “Clube Atlético Mairinque” no campeonato paulista da quarta divisão em 1932).

Em 1957 os sócios aprovaram incorporar a palavra Sorocabana ao nome do clube para ter um vínculo maior com a ferrovia. Aos poucos o CASM se transformou em um grande clube desportivo, com quadras, piscinas e várias outras opções para esporte e recreação.

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